O diretor-geral da Polícia Federal foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) neste sexta-feira (24). A decisão consta no Diário Oficial da União publicado hoje.
Conforme o DOU, a exoneração teria ocorrido “a pedido”, mas interlocutores do Ministério da Justiça falaram o contrário. Conforme a jornalista Camila Bonfim, da TV Globo, o ministro convocou entrevista coletiva para às 11h após ser “surpreendido” pela exoneração de Valeixo. O decreto que o exonera do cargo também leva seu nome.
Interlocutores do MJ disseram à reportagem, no entanto, que ao contrário do que foi afirmado por outros jornais, Moro não assinou a exoneração de Valeixo, e seu nome aparece no decreto por mera formalidade.
A exoneração acontece um dia depois da crise entre Moro e Bolsonaro, e de rumores sobre um pedido de demissão do ministro. Ainda conforme fontes em Brasília, o Ministro da Justiça deve pedir para sair do cargo ainda hoje.
TENSÃO
Ao contrário do que foi afirmado pelo decreto presidencial, Maurício Leite Valeixo não deixou o cargo “a pedido”. Moro não gostou da decisão de Bolsonaro e foi surpreendido com a notícia vinculada pela manhã nos jornais.
Maurício Valeixo foi indicado por Sergio Moro no final de 2018 e é visto como um homem de confiança do ex-juiz federal.
A Secretaria de Comunicação da Presidência no entanto, disse nas redes sociais que, ao contrário do que parte da imprensa afirma, Valeixo deixa sim o cargo a pedido.
Ao contrário do que parte da imprensa está noticiando, a exoneração do sr. Maurício Valeixo se deu A PEDIDO do próprio. Contra fake news, busque sempre a fonte primária da informação. Bom dia. pic.twitter.com/yOsnumVmqz
— SecomVc (@secomvc) April 24, 2020
Até agora, nenhum substituto foi nomeado para o comando da PF.
QUEM É VALEIXO?
Maurício Valeixo tem 20 anos de experiência na PF (Polícia Federal) e atuou nas áreas de combate ao crime organizado e narcotráfico.
Se aproximou de Moro no caso ‘Banestado’, que descobriu um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o banco do Paraná em 2003.
De 2009 a 2011, foi Superintendente da PF em Curitiba. Em 2015, comandou a Dicor (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado).
Em 2017, Maurício Valeixo retornou para o Paraná e foi um personagem importante na execução da pena do ex-presidente Lula.