Para provar fraude nas urnas, Filipe Barros divulga “vídeo bombástico” com hacker

Derick Fernandes
4 min de leitura
Foto: Reprodução
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O deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) voltou a ser assunto nas redes sociais. Ele divulgou na noite de sexta-feira (16) o vídeo de um hacker que afirma ter sido “fácil” invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em Brasília, Filipe Barros é relator da PEC do voto impresso, que está em discussão na Câmara Federal, mas enfrenta resistência para avançar.

O hacker em questão é Marcos Roberto Correia da Silva, conhecido como “Vandathegod”. Ele foi preso durante a operação “Deepwater” deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano por vazar dados de milhões de brasileiros a partir do Serasa na internet, como por exemplo o nome completo, CPF e até o score de crédito.

Marcos também foi investigado por invadir os sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2020 e vazar dados que seriam de eleitores. A investigação, no entanto, concluiu que os dados vazados eram antigos (de 2001) e por sua vez provenientes de um servidor abandonado e sem uso.

Barros rotulou a entrevista como um “vídeo bombástico“, porém a história do hacker não é nenhuma novidade.

No vídeo, divulgado pelas redes sociais do deputado, sua equipe aparece entrevistando o hacker, que está preso em uma unidade prisional de Uberlândia, no interior de Minas Gerais. Marcos comenta sobre sua participação no ataque ao TSE e afirma ter tido acesso aos dados dos eleitores.

Apesar das afirmações, ao longo da entrevista não é apresentada nenhuma evidência de que ele foi capaz de violar as urnas eletrônicas. O hacker afirma que os equipamentos seriam ligados à internet, o que em suma não é verdade e já foi desmentido pelo próprio TSE.

Na maior parte da entrevista, as informações são genéricas e vagas, e já vem sendo apresentadas por críticos do sistema eleitoral do Brasil ao longo dos anos.

Em um trecho, o entrevistador questiona:

“Você conseguiria, com os recursos necessários, o tempo necessário, invadir o sistema eleitoral? Inclusive em relação a alteração de voto, a questão da apuração.”

O hacker responde:

“Quando eles vão contar o voto, ela já é sim ligada na internet, e se ele estiver em algum lugar, e alguém estiver nesta rede, ela consegue fazer a invasão, e aí consegue manipular a ação.”

“, responde o entrevistador, que segue fazendo outras perguntas ao hacker, mas sobre outra pauta.

No Twitter, Filipe Barros afirmou que além de sua equipe, participaram da entrevista cientistas e especialistas em segurança dos sistemas de votação, que teriam “confirmado” a veracidade técnica das respostas do hacker, bem como a gravidade da invasão.

O deputado também fez requerimento ao Ministro da Justiça, Anderson Torres, e ao Secretário de Segurança de Minas Gerais, Rogério Grecco, pedindo proteção extra ao hacker.

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