LONDRINA – A Câmara Municipal de Londrina vai começar o ano de 2019 com formação um pouco diferente da atual. Eleito deputado federal pelo Partido Socialista Liberal (PSL) em outubro, o vereador Filipe Barros deixa o legislativo local para representar a cidade em Brasília (DF). A partir de fevereiro, sua cadeira no plenário londrinense será assumida por Emanoel Gomes (PRB), primeiro suplente da coligação Juntos Para Mudar, que também elegeu Barros. Ele recebeu 2 184 votos nas últimas eleições municipais, em 2016.
Natural de Arco Verde, no interior do estado do Pernambuco, Emanoel tem 37 anos de idade e é casado desde 2017 com a advogada Mayra Alves Gomes. Representante declarado do “segmento religioso”, como ele próprio define, Gomes é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus em Londrina e, ao que tudo indica, deve seguir a mesma linha conservadora de seu precursor dentro da Câmara.
O futuro parlamentar, vale recordar, já substituiu Barros na Câmara em duas ocasiões durante a vigência do mandato deste: na sessão que abriu a Comissão Processante (CP) contra os vereadores afastados Mário Takahashi (PV) e Rony Alves (PTB), na qual esteve entre os apenas quatro parlamentares contrários à matéria, e na sessão que arquivou o relatório contra ambos, onde votou a favor. Filipe Barros não pôde participar de nenhuma das duas sessões, por ser o autor da denúncia contra os investigados.
Este mesmo assunto acabou rendendo algumas dores de cabeça a Emanoel Gomes alguns meses mais tarde, quando o suplente viu seu nome relacionado à investigação do Ministério Público sobre uma suposta troca de favores no caso do arquivamento do processo contra Alves e Takahashi. O suposto esquema teria favorecido a esposa de Emanoel, Mayra Gomes, com um cargo comissionado na Secretaria da Mulher – do qual Mayra, seguindo recomendação expedida pelo Ministério Público do Paraná, abrir mão após a repercussão do caso.
Procurado pela reportagem do 24Horas e convidado a participar desta matéria, Emanoel Gomes não retornou os contatos da redação.
