O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou a política diplomática com foco em estabelecer o Brasil como liderança regional na América Latina, e dessa forma se cacifar para uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU.
Apesar das boas intenções noticiadas pelo Palácio do Planalto, o ponto amargo da Cúpula dos Países Latino Americanos, que deve acontecer a partir de amanhã, foi o encontro de Lula e as pompas dispensadas ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
Maduro foi recebido com honrarias do Exército, depois de promover em seu país, um verdadeiro escárnio no que diz respeito aos direitos humanos e defesa da democracia. Perseguiu opositores, mandou capturar manifestantes, e implementou um golpe de estado que empobreceu a Venezuela em apenas dez anos, outrora o país mais rico do continente.
Para amenizar os contras, Lula discursou em defesa da unificação dos países como um bloco, para obter avanços no desenvolvimento. “Não dá pra imaginar que, sozinho, um país vai resolver seus graves problemas que já perduram mais de 500 anos“, defendeu Lula.
“Se a gente estiver juntos, temos 450 milhões de pessoas. Temos um PIB de quase US$ 4,5 trilhões. A gente tem força no processo de negociação e é por isso que a cúpula [dos países latino-americanos] é importante”, destacou o presidente, mirando na política externa.
Cúpula
A partir desta terça-feira (30), chefes de Estado de países da América do Sul se reúnem em Brasília, no Palácio Itamaraty. Os presidentes de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai, além do ditador da Venezuela confirmaram presença. Um encontro desse porte não ocorre há, pelo menos, sete anos, desde o último governo do PT.
“O principal objetivo desse encontro é retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo Lula. Temos consciência que há diferença de visão e diferenças ideológicas entre os países, mas ele [Lula] quer reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países”, explicou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores.
Embora o governo brasileiro evite apontar uma proposta específica, há a expectativa de que os presidentes discutam formas mais concretas de ampliar a integração, incluindo a possibilidade de criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características.
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