O prefeito Marcelo Belinati (PP) criticou a falta de explicações do Ministério da Defesa sobre o edital de compra de 35 mil comprimidos de sildenafila – conhecido popularmente como Viagra.
As Forças Armadas confirmaram a compra do medicamento por R$ 600 mil. O caso gerou grande repercussão na mídia nacional, e levou a oposição a criticar duramente o governo.
Belinati, que na sexta-feira (08) recebeu o presidente Jair Bolsonaro no aeroporto de Londrina, disse em seu Twitter que não viu até o momento “nenhuma explicação lógica” para a compra.
“Eu procurei explicações e até agora não achei. Francamente creio que o exército deveria se pronunciar, né?” tuitou o prefeito.
Alguém viu se o exército deu alguma explicação minimamente lógica para comprar mais de 600 mil reais em VIAGRA? Eu procurei a explicação e até agora não achei. Francamente creio que o exército deveria se pronunciar né…
— Marcelo Belinati (@MarceloBelinati) April 12, 2022
A denúncia foi apresentada pelo deputado federal Elias Vaz (PSB). O parlamentar protocolou um requerimento na Defesa pedindo detalhes sobre a aquisição.
Dos 35 mil comprimidos, o edital pede a compra de sildenafila de 25 miligramas (mg) e 50 mg, que serão distribuídos da seguinte maneira:
- 28.320 unidades destinadas à Marinha;
- 5 mil unidades destinadas ao Exército;
- 2 mil unidades destinadas à Aeronáutica.
HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR
Por meio de nota, o Ministério da Defesa disse que o medicamento é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) e que “os processos de compras das Forças Armadas são transparentes e obedecem os princípios constitucionais”.
No entanto, médicos questionaram a nota e afirmaram que a doença usada como justificativa para a compra atinge mais mulheres do que homens, além de ser uma doença rara. A dosagem da sildenafila para tratar a HAP é de 20 mg, diferente dos comprimidos adquiridos pelo governo.
A pneumologista Margareth Dalcolmo chamou a atenção pelo fato de a HAP ser uma “doença incomum” e que depende de diagnóstico sofisticado, acometendo principalmente as mulheres de 20 a 40 anos.