O presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a ser investigado em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (03), por relacionar a vacina contra Covid-19 ao risco de ser infectado pelo vírus HIV e desenvolver Aids.
A afirmação foi feita pelo presidente em uma live nas redes sociais em 21 de outubro. As plataformas YouTube, Facebook e Instagram excluíram o vídeo com a fala de Bolsonaro.
O inquérito foi aberto a mando do ministro Alexandre de Moraes, e segue o pedido feito pela CPI da Pandemia.
“Trata-se de manifestação do Presidente da CPI da Pandemia no Senado Federal, por meio da qual requer a instauração de inquérito policial para apuração dos crimes apontados no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito e a aplicação de medidas cautelares de natureza penal em relação ao Presidente da República Jair Bolsonaro”, diz o documento.
Na decisão, Moraes avalia que “não há dúvidas de que as condutas noticiadas do Presidente da República, no sentido de propagação de notícias fraudulentas acerca da vacinação contra a Covid-19, utilizam-se do modus operadi do esquema de disseminação de massa nas redes sociais”.
Na live, Bolsonaro reproduziu trechos de uma notícia falsa que circulava na internet, associando a vacina contra a Covid-19 ao vírus da Aids.
“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados – quem são os totalmente vacinados? Aqueles que depois da segunda dose, né, 15 dias depois, 15 dias após a segunda dose, totalmente vacinados – estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto, recomendo ler a matéria”, disse Bolsonaro.
A afirmação de Bolsonaro é falsa, e não existem evidências científicas na relação entre vacinas e a Aids. A PGR disse que deve se manifestar nos autos.