LONDRINA, PR – Afastado desde a deflagração da operação Zona Residencial-3, o vereador Rony Alves (PTB) denunciou o Ministério Público do Paraná (MPE) de vazar informações sobre a operação ao gabinete do vereador Filipe Barros (PSL). O Gaeco vai investigar a acusação.
Conforme vinculado pela rádio Paiquerê AM, Daniel Germanovix, assessor de Barros, tinha informações privilegiadas sobre a operação que culminou na prisão dos vereadores Mário Takahashi, então presidente da Câmara Municipal de Londrina, e Rony Alves, que apresentou a denúncia.
Nesta segunda-feira (16), durante a oitiva de Daniel Germanovix, a defesa de Takahashi solicitou suspensão do depoimento, em posse de uma ata-notarial de uma conversa no WhatsApp em que Germanovix ‘dava a entender’ que já sabia que os vereadores seriam alvo da operação do Gaeco.
No grupo, Daniel teria dito em 30 de outubro de 2017:
– “Pessoal, teremos uma BOMBA essa semana! E tem uma pessoa que vocês conhecem no meio___ eu acho que ela estoura essa semana. Voltamos quando tivermos mais infos;”
Na data da operação, no dia 24 de janeiro deste ano, Germanovix escreveu:
– “Mário foi preso! Corrupção. Bombando aqui na Câmara. Gaeco Aqui. Essa era a bomba.”
Já em 26 de janeiro, o assessor de Filipe Barros volta ao grupo:
– “HOJE TEREMOS MAIS UMA BOMBA! 15H MANDO AQUI.”
No período da tarde naquele mesmo dia, o vereador Filipe Barros protocolou o pedido de cassação dos vereadores Mário Takahashi e Rony Alves.
O vereador foi procurado para comentar o caso, mas não conseguimos contato por celular.
VEJA A CONVERSA NA ÍNTEGRA
Após a reunião da Comissão Processante (CP), o advogado Anderson Mariano, que defende Mário Takahashi, pediu que a Comissão de Ética da Câmara de Londrina investigue o vereador Filipe Barros. A declaração foi dada à rádio Paiquerê AM.
O advogado foi questionado sobre os depoimentos da CP. Um dos assuntos abordados foi sobre um veículo Jetta que seria de Takahashi. Segundo Júnior Zampar, agricultor que denunciou o suposto esquema, quando ele encontrou com Takahashi, o vereador estava com esse automóvel. A defesa diz, porém, que o parlamentar comprou o carro meses depois do relatado encontro, e ainda retirou o veículo de uma concessionária local 0 km.
O vídeo do depoimento de Júnior Zampar será usado pela defesa para desqualificar o teor da denúncia. A defesa de Takahashi também diz que irá a justiça cobrar o pagamento dos salários atrasados do vereador.