O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, foi acusado de assédio sexual por funcionárias do banco. As denúncias registradas em vídeo foram apresentadas pelo site Metrópoles. As identidades das vítimas foram mantidas em sigilo.
De acordo com as denúncias, todas as vítimas trabalham ou trabalharam em equipes que atendem diretamente ao gabinete de Guimarães, em Brasília. Cinco delas foram entrevistadas, na condição de que seus nomes fossem preservados. As mulheres dizem que se sentiram abusadas por Pedro Guimarães em diferentes ocasiões, sempre durante compromissos de trabalho.
Elas detalharam que o assédio se dava por “toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas, e convites herodoxos“. Conforme relatado pelo Metrópoles, o Ministério Público Federal abriu investigação contra Guimarães, que está está em andamento e sob sigilo.
Conforme a reportagem, a maior parte dos testemunhos estão relacionados a viagens realizadas por Pedro Guimarães como parte do programa Caixa Mais Brasil. Além do presidente do banco, viajavam com ele outros executivos e funcionários e funcionárias da instituição que atuam em Brasília. No programa, Guimarães visita agências e se reúne com autoridades locais, além de conhecer projetos financiados pelo banco.
Nessas viagens, os assédios aconteciam. A matéria segue revelando que o presidente, seus auxiliares mais próximos e os demais funcionários que integram a comitiva, ficam hospedados em hotéis e participam de eventos, durante os quais vários dos episódios ocorreram.
Uma das funcionárias relata que em uma das viagens feitas pelo Caixa Mais Brasil, Guimarães sugeriu “organizar uma micareta privê no qual ninguém seria de ninguém”.
Contatado, o presidente da Caixa não se pronunciou sobre as acusações. Apesar disso ele se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e, conforme publicado pelo jornal O Globo, sua demissão é dada como certa ainda esta quarta-feira (29).
Segundo o jornal, Bolsonaro disse que as denúncias são inadmissíveis e pediu para que ele deixe o cargo na instituição. A Caixa cancelou coletiva em que Guimarães estaria presente nesta quarta-feira (29) para falar sobre o Ano Safra 2022/2023.
SINDICATO SE POSICIONA
Em nota, a Caixa Econômica Federal afirmou “não ter conhecimento das denúncias” e esclareceu que adota medidas de eliminação de conduta relacionadas a “qualquer tipo de assédio”.
Apesar do texto “apaga fogo”, as revelações repercutiram tão rápido como um foguete no setor político em Brasília, e principalmente dentre os bancários.
Também em nota, o Sindicato dos Bancários de São Paulo pediu a investigação das denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães. No texto, a entidade declara que “se confirmada as denúncias, tal conduta abominável não deve ficar impune”.
PARLAMENTARES FAZEM PRESSÃO
As denúncias também incendiaram a política. Parlamentares da oposição e senadores se posicionaram energicamente acerca das acusações contra o presidente da Caixa. Pelo Twitter, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que pediu a convocação de Guimarães na Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Não há efeito prático na atitude, mas é um instrumento de pressão contra o governo, que tenta recuperar o desgaste antes das eleições, e depois de uma polêmica troca na Petrobras depois de mais um reajuste no preço dos combustíveis.
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) cobrou o afastamento e chamou Guimarães de “repugnante”. Ela também aproveitou a polêmica para criticar o governo.
A pré-candidata a presidência e senadora Simone Tebet (MDB-MS) também cobrou o afastamento de Pedro Guimarães, e exigiu investigação rigorosa para apurar os fatos, já que a situação envolve uma instituição pública.
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