Protesto de policiais civis contra Ratinho Junior termina em confusão

Derick Fernandes
Por Derick Fernandes 5 min de leitura
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Terminou em confusão um protesto organizado por delegados e outros agentes da Polícia Civil em um evento no Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) em Curitiba, na manhã desta segunda-feira (11).

O protesto da categoria tinha como alvo o governador Ratinho Junior, que concedeu um reajuste pífio aos servidores, que sofrem com a inflação e a desvalorização do trabalho. O governador foi até o local para uma inauguração e se deparou com os manifestantes com faixas e gritando palavras de ordem.

O governo aplicou reajustes com valores diferenciados entre policiais que estão no começo de carreira e agentes que já possuem anos de trabalho. Para o funcionalismo, essa decisão faz um “achatamento” da tabela salarial e impõe diferenças entre as classes policiais.

CONFUSÃO

A Casa Militar sob ordem de Ratinho Junior mobilizou o Batalhão de Choque para conter o protesto. Os policiais que estavam se manifestando fecharam a rua em frente ao pátio do Detran-PR, onde Ratinho Junior (PSD) e outras autoridades participavam do lançamento de uma “minicidade” voltada à educação infantil.

O projeto batizado como “Detranzinho” tem por objetivo orientar as crianças da rede pública de ensino sobre os direitos e deveres no trânsito.

A confusão aconteceu perto das 10h ao redor de um carro de som levado ao local pelo sindicato que representa a categoria dos policiais civis.

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Policiais do Choque foram mobilizados para conter o protesto – Foto: Reprodução

De acordo com os manifestantes, os policiais militares mobilizados para a segurança do governador usaram spray de pimenta contra os servidores. O batalhão de Choque também foi acionado para ocupar a rua e bloquear o trânsito. Vários vídeos mostram a situação.

A confusão envolveu além dos PMs, seguranças que trabalham no governo.

PROTESTOS PELO PARANÁ

Ratinho Junior está sendo alvo de vários protestos desencadeados por todo o Paraná por conta da insatisfação do funcionalismo público, sobretudo a classe de policiais civis e militares, com a tabela salarial vigente.

Tanto na PC quanto na PM, os servidores reclamam da defasagem e os impactos da inflação. No caso dos militares, outras demandas tratam da carga horária extenuante a que são submetidos os policiais, e ainda a falta de benefícios de incentivo, como as horas extras por exemplo.

Na Polícia Civil, os servidores também falam da carga horária e da falta de recursos humanos, como delegados, investigadores e escrivães. Além disso, as delegacias também enfrentam problemas de infraestrutura e logística, tendo até mesmo que racionar combustível pela falta de investimentos.

Além de Curitiba, Ratinho Junior já foi alvo de protestos em Maringá, Londrina, Cornélio Procópio, Cascavel e Foz do Iguaçu. Em duas ocasiões, o governador teve que entrar pela porta dos fundos para não cruzar com os manifestantes – como foi em Maringá, em um evento do PSD, e em Londrina, na Exposição Agropecuária.

GOVERNO DEFENDE SEU LADO

Apesar da situação em Curitiba, o governo defendeu o reajuste aprovado aos policiais civis do Paraná e disse que as contas públicas “são duramente impactadas pela pandemia e a crise global”.

O governador em declaração à imprensa nesta manhã também reduziu a manifestação a uma “briga sindical”. Ratinho Junior disse que “se trata de uma matéria interna” – repetindo o que disse em Londrina, quando classificou o movimento dos policiais como um ato “de esquerda”.

O Palácio Iguaçu disse em nota que “lamenta a manifestação” e disse que o ato tentou “tumultuar” uma inauguração restrita a convidados e imprensa.

“O Governo do Estado entende que todas as manifestações são legítimas, mas não podem impedir atividades rotineiras de outros órgãos públicos ou interromper o trânsito de uma avenida importante da cidade”.

O governo informou que vai apurar se houve excessos na ação e tomará as medida cabíveis.

Já a Polícia Militar disse em nota que foi acionada para acompanhar a situação e, “no momento em que os ânimos ficaram mais exaltados, as equipes policiais intervieram, mas utilizaram o mínimo possível de reforço para a dispersão”.

Segundo a corporação, “rapidamente a situação foi acalmada e os trabalhos continuaram normalmente”.

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