Fake news sobre uso da cloroquina matou três pacientes em hospital no RS

Redação
Por Redação 2 comentários 4 min de leitura
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Hospital em que foi utilizado a hidroxicloroquina - Foto: HNSA/Divulgação

Três pacientes morreram no Hospital Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Camaquã-RS. O centro médico alegou nesta quarta-feira (24) que todos esses pacientes haviam sido nebulizados com uma solução que possuía hidroxicloroquina. Conhecida popularmente como cloroquina, a medicação foi defendida como tratamento contra a covid-19 pelo presidente Jair Bolsonaro, sem possuir embasamento e estudos científicos. 

De acordo com reportagem do G1, a médica Eliane Scherer foi responsável pela medicalização dos pacientes. Apesar do hospital ter denunciado a médica ao Conselho Regional de Medicina, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a atitude da profissional, mesmo que a própria Organização Mundial da Saúde tenha reforçado que a hidroxicloroquina não deveria ser usada para esse tipo de tratamento. Novamente o presidente reforçou uma percepção que não possui comprovações: o uso do chamado “kit covid”. Apesar disso, Eliane Scherer foi afastada do hospital.

Em nota, o Hospital Nossa Senhora Aparecida afirmou: “A Dra. Eliane Scherer, até o dia 10 de março de 2021, compunha a escala médica do pronto socorro do HNSA. A Pedido da direção do hospital, a profissional foi afastada da escala após ter tentado obrigar a equipe assistencial a administrar pela via inalatória uma solução com hidroxicloroquina, de procedência desconhecida, não prescrita em prontuário, manipulada pela própria médica“.

DESINFORMAÇÃO TAMBÉM MATA

Em meio a uma pandemia, possuir informações sobre como se prevenir do vírus SARS-CoV-2 é essencial para que a população consiga se resguardar. O uso de máscaras e a utilização de álcool em gel foram fortemente divulgados para frear a disseminação do vírus, além do distanciamento social.

Por mais que os esforços da Organização Mundial de Saúde  tenham sido grandes, algumas desinformações, ou as chamadas fake news, têm sido uma complicação para a saúde pública. O presidente da república, Jair Bolsonaro e, também, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foram uma das chaves essenciais para a divulgação de métodos não comprovados como forma de prevenção da covid-19.

O chamado “Kit covid” promovido por ambos consiste em medicamentos como: ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, suplementos de zinco, vitaminas como C e D, além da famosa hidroxicloroquina, remédio usado pela médica Eliane Scherer.

Não só a própria Organização Mundial da Saúde, mas também, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) contraindicam o uso de todos esses medicamentos para tratar qualquer sintomas de pacientes infectados pelo vírus da Covid-19.

Pelo contrário, alguns médicos também contraindicam o uso de tais medicamentos. De acordo com uma reportagem feita pela BBC, certos profissionais que atuam nas UTI’s alegam que tais medicamentos têm contribuído com o aumento dos óbitos. De acordo com entrevista fornecida para a BBC, o coordenador da UTI do Hospital do Servidor Público do Estado, em São Paulo, Ederlon Rezende afirma: “A preocupação maior é com os 15% que desenvolvem a forma grave da doença e acabam vindo para a UTI”, adverte o profissional. “É nesses pacientes que os efeitos adversos dessas drogas ocorrem com mais frequência e esses efeitos podem, sim, ter impacto na sobrevida”.

Até então, a vacinação é a única forma eficaz e segura para conter o vírus e diminuir o número de óbitos. A CoronaVac é uma das principais opções para a população brasileira, a vacina foi desenvolvida pela companhia biofarmacêutica chinesa Sionovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan.

Sob supervisão do jornalista Derick Fernandes

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2 comentários
  • Desinformação mata… reportagem boa! Triste realidade

  • Estou gostando muito de acompanhar as matérias dessa estagiária! Ótima matéria sobre um tema importantíssimo. Nota 10.

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