A Universidade Estadual de Londrina (UEL) começou, nesta terça-feira (30.07), a soltar mosquitos Aedes aegyptiJ para infestar Londrina. A ideia pode parecer meio maluca, mas é pura biotecnologia. A biofábrica instalada na universidade utiliza o chamado “Método Wolbachia” para inverter o jogo: vai produzir mosquitos que, em vez de contaminar as pessoas, contamina os mosquitos.
Ontem mesmo, durante a cerimônia de inauguração, a universidade já começou a soltar Aedes aegypti para produzir uma infestação. Segundo explicou Diogo Chalegre, líder de Relações Institucionais e Governamentais do Instituto WMP (World Mosquito Program), partir de agosto serão liberados aproximadamente 3 milhões de mosquitos por semana, totalizando cerca de 60 milhões de Aedes soltos pela cidade.
“O objetivo do Método Wolbachia é substituir a população de mosquitos que transmite dengue, zika e chikungunya por uma população que não consegue transmitir esses vírus, graças à bactéria Wolbachia. Essa bactéria vive dentro das células do Aedes aegypti e impede que os vírus entrem e se repliquem”, explicou .
A “implementação da estratégia em Londrina “fábrica de mosquitos” foi instalada na universidade em parceria do Ministério da Saúde, Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), prefeitura e Instituto WMP. O Governo Federal destinou cerca de R$ 5 milhões ao projeto, dos quais R$ 1,8 milhão foram utilizados na compra de equipamentos. A biofábrica contará com 20 funcionários.
O número de mortes por dengue cresceu 464% no Paraná em um ano, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgado nesta terça-feira (30.07), referente ao período epidemiológico, iniciado em 30 de julho de 2023.
As cidades com mais mortes registradas conforme a Sesa foram: Cascavel (57); Londrina (52); Toledo (44); Apucarana (27); Francisco Beltrão (19).