Londrina, cidade que um dia já foi referência em planejamento urbano, agora se vê arrastada por um sistema de transporte público que parece estar à deriva em um mar de descaso e promessas vazias. Os ônibus, outrora símbolos de mobilidade e eficiência, tornaram-se representações tangíveis do que acontece quando a gestão pública perde de vista sua responsabilidade para com a população.
O sucateamento dos ônibus, uma manifestação visível de ineficácia, é apenas o ponto de partida de uma série de problemas que ecoam pelas ruas da cidade. Os passageiros, vítimas dessa situação, enfrentam a realidade angustiante de veículos antiquados e muitas vezes em péssimo estado, quebrando nos momentos mais inconvenientes e gerando atrasos que afetam negativamente a vida de quem confia no transporte público.
Mas o pesadelo não acaba aí. O modelo ultrapassado de um terminal central, que obriga passageiros a realizar trocas de ônibus em um local muitas vezes tumultuado e caótico, é uma evidência flagrante da desconexão entre a CMTU e as necessidades da população. Como justificar que, em pleno século XXI, cidadãos tenham que se deslocar até o centro da cidade para seguir rumo às suas residências ou locais de trabalho? A resposta é clara: não há justificativa plausível.
Enquanto a cidade permanece atolada em problemas crônicos de mobilidade, as promessas de melhorias feitas pela CMTU soam cada vez mais como uma música distante, um eco vazio de intenções não cumpridas. Os painéis de led que deveriam fornecer informações úteis e a iluminação das faixas de pedestres que deveriam zelar pela segurança continuam ausentes. O sistema de semáforos que deveria fluir harmonicamente, e a “onda verde” que prometia otimizar o trânsito, são meros fantasmas que pairam sobre a cidade.
Nesse cenário desolador, é impossível não questionar a competência e a visão dos líderes da CMTU. Wilson de Jesus (diretor do transporte) e Marcelo Cortez, figuras encarregadas da administração do transporte público na cidade, estão longe de escapar do olhar crítico da população. Enquanto o progresso estagna e as palavras “inovação” e “eficiência” parecem ter se perdido em algum lugar, eles permanecem como líderes de um sistema que parece cada vez mais destinado à decadência.
Um diálogo com um diretor da CMTU revela uma triste realidade: a falta de visão e a relutância em abraçar mudanças necessárias. A sugestão de adotar tecnologias modernas e eficientes, como ônibus elétricos e um sistema de linhas mais descentralizado, foi prontamente rejeitada, como se a cidade estivesse condenada à estagnação.
O que está em jogo vai além das catracas e dos horários atrasados. Londrina merece um sistema de transporte público que corresponda às suas necessidades e aspirações, um sistema que impulsione a qualidade de vida e o desenvolvimento urbano. A CMTU deve ser responsabilizada não apenas por suas promessas não cumpridas, mas também por sua falta de compromisso com o futuro da cidade e de seus cidadãos. A população merece mais do que um sistema falido – merece uma visão transformadora que impulsione Londrina para o futuro.
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