Pouco tempo antes de completar três anos do assassinato do ator Rafael Miguel, a polícia de São Paulo prendeu Paulo Cupertino Matias, que estava foragido pelo crime registrado em 9 de julho de 2019.
A prisão aconteceu nesta segunda-feira (16) por policiais da 6ª. Seccional. Os agentes chegaram até dele depois de denúncias que davam conta de que o homem estava em um esconderijo na capital paulista. Quando os policiais foram checar a denúncia, encontraram o assassino.
Depois de ser preso, ele foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML), onde fez exame de corpo de delito, e depois foi transferido para a Divisão de Capturas, no prédio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no Centro de São Paulo. Agora ele está a disposição da Justiça.
Ao chegar no prédio do DHPP, Cupertino negou os crimes e declarou ser inocente. “Eu sou inocente. Não matei ninguém”, disse a jornalistas.
O homem estava incluído na Difusão Vermelha da Interpol e era considerado um dos criminosos mais perigosos e procurados de São Paulo, aparecendo inclusive como primeiro da lista no site da Polícia Civil.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, o empresário assassinou Rafael Miguel e os pais dele porque não aceitava o namoro de sua filha Isabela Tibcherani, de 18 anos à época, com o artista. Vídeos gravados por câmeras de segurança registram o momento em que ele dispara 13 vezes em Rafael, que tinha 22 anos, e nos pais do jovem: João Alcisio Miguel, de 52, e a mãe Miriam Selma Miguel, 50.
Rafael era conhecido na mídia por interpretar o personagem Paçoca, na novela “Chiquititas”, do SBT, além de outros trabalhos na TV, como em um famoso comercial em que uma criança pede brócolis à mãe. Ele também atuou na Globo, em novelas como “Pé na Jaca” e “Cama de Gato”.
Cupertino é acusado de triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. Ele, que atualmente tem 50 anos, nunca constituiu um advogado para defendê-lo. Além dele, outros dois amigos também são réus no caso por terem ajudado na fuga do criminoso.

O assassinato aconteceu na frente da casa onde Isabela morava com a mãe no bairro da Pedreira, na Zona Sul de São Paulo. As duas não foram baleadas por Paulo Cupertino, que fugiu em seguida.
LISTA DE PROCURADOS
O nome, dados e fotos de Cupertino estavam no site de procurados da Polícia Civil de São Paulo. Além disso, ele também estava incluído na Difusão Vermelha da Interpol e poderia ser preso em qualquer outro país.
A Interpol tem a função de buscar mecanismos de cooperação entre polícias do mundo para prender acusados de crime que possam ter fugido para outros países.
No site da polícia paulista, ele figurava como o primeiro nome da página, onde estão os 17 criminosos mais procurados pelas forças policiais do estado.
SUPOSTA PRISÃO NO PARANÁ
Em 2020, uma notícia sobre a prisão do criminoso chegou a ser vinculada por órgãos de imprensa do Paraná, informando que Paulo Cupertino havia sido preso na divisa com São Paulo. A informação, porém, acabou sendo equivocada e na época a polícia corrigiu a notícia, detalhando que não se tratava da mesma pessoa.