A Rússia realizará exercícios de mísseis de grande alcance amanhã, incluindo em torno da Crimeia e do Mar Negro, que envolverão o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro e envolverão suas forças nucleares, anunciou o Kremlin nesta sexta-feira (18). As informações são do Daily Mail.
O exercício, que será supervisionado pelo próprio presidente russo Vladimir Putin, envolverá as forças aeroespaciais da Rússia, seu comando estratégico de mísseis, as frotas do Norte e do Mar Negro e o Distrito Militar do Sul – que cobre a Crimeia e parte da fronteira perto das áreas controladas pelos rebeldes na Ucrânia.
Ele foi projetado para testar a ‘prontidão’ de comandantes e tropas, bem como ‘a confiabilidade das armas de forças estratégicas nucleares e não nucleares’ e envolverá o lançamento de ‘mísseis balísticos e de cruzeiro’, disse hoje o Ministério da Defesa russo.
Autoridades da Europa afirmam que o exercício é pré-planejado, mas o momento provoca temores de que foi projetado para fornecer cobertura para uma invasão da Ucrânia. Especialistas preveem que a primeira fase de um ataque russo será ataques de mísseis balísticos em áreas de fronteira, bases militares, infraestrutura e grandes cidades ucranianas.
Isso ocorre quando os ministros da Defesa dos países da Europa se reúnem em Munique para uma conferência de segurança que começará hoje e continuará no fim de semana com o objetivo de evitar a eclosão da guerra no leste do continente. E pela primeira vez Rússia não enviará uma delegação à cúpula, fato inédito em anos.
O paralelo é histórico com o Acordo de Munique de 1938 – uma tentativa de apaziguamento com a Alemanha de Hitler, e que não conseguiu evitar a Segunda Guerra Mundial – dificilmente poderia ser mais arrepiante.
GENOCÍDIO
A conferência tem como pano de fundo as alegações russas de “genocídio” na região de Donbass, na Ucrânia, que o Ocidente adverte que provavelmente serão usadas como pretexto para atacar.
Ontem à noite, na ONU, a Rússia apresentou documentos alegando que 9.000 civis, incluindo 126 crianças, foram mortos pelas forças ucranianas. As alegações não foram verificadas pela entidade.
O Ministério da Defesa da Grã-Bretanha descreveu ontem à noite como acredita que uma invasão russa se desenrolará, observando que mais da metade das forças de Moscou perto da Ucrânia foram transferidas para dentro de 48 quilômetros.
Putin concentrou tropas na fronteira norte da Ucrânia de uma maneira que ‘ameaça diretamente Kiev, a capital’, disse o relatório do Ministério da Defesa, que mostrou uma série de possíveis rotas que os soldados russos poderiam tomar em uma invasão que poderia levá-los a tomar grande parte do leste de o país.