As duas empresas que operam o serviço de transporte coletivo em Londrina encaminharam um ofício à Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização com a planilha de custos operacionais e solicitaram um reajuste da tarifa dos ônibus circulares na cidade.
A TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) pediu um aumento dos atuais R$ 4,25 para R$ 10,15 a partir de 2022, enquanto que a Londrisul, empresa subsidiária da Viação Garcia, sugeriu o reajuste para R$ 9,19. Em porcentagem, caso concedido, o aumento representa 138,82% e 116,23% respectivamente.
Por meio da assessoria de imprensa, a CMTU informou que não irá se manifestar sobre o assunto até que os estudos estejam finalizados, e ainda que avalia a planilha apresentada.
O valor da passagem em Londrina não sofre reajuste desde janeiro de 2019. Por conta disso, a prefeitura fez repasses na ordem de R$ 20 milhões em 2020 e 2021 sob justificativa de reequilíbrio financeiro dos contratos. O argumento do prefeito Marcelo Belinati é que sem o aditivo, o preço da passagem chegaria a superar R$ 8.
Os repasses também foram uma forma de compensar as empresas pelas perdas ocasionadas pela brusca redução de passageiros durante a pandemia. Os pagamentos foram depositados em quatro parcelas de R$ 3,6 milhões nos meses de julho, agosto, setembro e novembro. Outros R$ 7,4 milhões serão pagos até 31 de janeiro.
As empresas também receberam em outubro o valor de R$ 1,87 milhão referente ao Programa de Participação nos Resultados (PPR) que deixou de ser repassado aos funcionários das concessionárias no ano passado, e motivou greves.
MODELO ARCAICO
O transporte coletivo em Londrina é um murro em ponta de faca. Ninguém, evidentemente, quer pagar caro num transporte pouco eficiente e sem praticidade. É mais vantajoso ao usuário utilizar um aplicativo de mobilidade e pagar pouca coisa a mais na passagem, para percorrer distâncias mais diretas e sem tantas paradas.
Está mais do que na hora de Londrina fazer jus ao seu tamanho populacional e implantar um sistema de transporte descente, com linhas funcionais, além de avaliar seriamente o modelo adotado de ter um terminal central.
Um exemplo é a distância percorrida por quem mora no Conjunto Vista Bela por exemplo e precisa chegar à zona leste, sendo necessário três ônibus para percorrer o trajeto, e ainda passando por uma baldeação no Terminal Central.
O mesmo ocorre para quem mora no Conjunto União da Vitória e precisa ir até ao Jardim Califórnia. Mesmo que os bairros fiquem geograficamente próximos, é preciso o usuário seguir até o Centro, para só então tomar a condução para o ponto final.
Vale ressaltar que o modelo usado por Londrina é o mesmo há mais de 50 anos, sem nenhuma novidade, a não ser a criação descabida de linhas e mais linhas.