A Polícia Civil prendeu na manhã de sábado (07) um homem suspeito de ter assassinado o professor e diretor do Colégio Estadual de Guaravera, Paulo Sérgio Bartholomeu, de 50 anos, em um crime que chocou a comunidade em 28 de dezembro. As equipes cumpriram os mandados de busca e apreensão e de prisão em Londrina e em Tamarana.
De acordo com o delegado João Reis, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito foi preso na casa onde mora no distrito de Lerroville. Interrogado, ele disse ter conhecimento sobre a morte do professor e acusa o irmão de ter cometido o crime.
A polícia identificou o homem por meio da quebra do sigilo bancário das contas do professor, situação em que foram identificadas transferências de dinheiro depois que Paulo foi assassinado, e teve o corpo desovado no ribeirão dos Moraes, em Tamarana.
“O indivíduo preso diz que o irmão chegou no dia 28 de dezembro com o carro do professor acompanhado de outra pessoa, e pediu a conta dele para receber uma transferência de valores. Depois esse irmão contou que teria assassinado o professor. Sabendo dessa informação ele ficou quieto, e não disse nada à ninguém. Eu o questionei sobre isso e ele contou que não sabia que o dinheiro vinha da pessoa morta“, disse Reis.
O delegado avalia não ser comum uma pessoa receber dinheiro em sua conta de outra que foi assassinada. O fato agravante é que o indivíduo preso, mesmo vendo a repercussão do caso e sabendo do assassinato, não disse nada à polícia e foi conivente com a situação.
Diante das revelações, a polícia trabalha na hipótese de latrocínio ou extorsão com resultado de morte. “O homicídio simples é a possibilidade mais remota, mas não descartamos. Estamos trabalhando na linha de latrocínio e extorsão, já que a vítima também foi roubada“, disse.
Crime
Paulo Bartholomeu estava em sua chácara na região sul da cidade e participava de um churrasco na última vez em que foi visto. A polícia sabe, porém, que o professor não foi assassinado na chácara, mas foi rendido pelos criminosos no local.
“Foi amarrado com tecidos que tinha na chácara dele, mas pode ter sido morto no carro ou no riacho, porque havia marcas de sangue nas pedras“, concluiu o delegado.
Outra questão já descoberta pela polícia é que Paulo foi visto junto com os duas pessoas em uma loja de conveniência. Uma delas seria o irmão do suspeito preso, e a outra a polícia ainda trabalha para identificar. As transferências feitas da conta do professor foram por meio do aplicativo no celular da vítima, que ainda não foi encontrado. A suspeita é que o equipamento ainda esteja na posse dos envolvidos no assassinato.
O corpo do professor foi encontrado no córrego entre o distrito de Lerroville e a cidade de Tamarana. Ele apresentava ferimentos causados por uma faca na região do pescoço, além de ferimentos na cabeça.
Paulo Bartholomeu morava no Jardim Acapulco, na zona sul de Londrina, e desapareceu no dia de Natal, em 25 de dezembro. Ele era professor de história e já tentou ser vereador na cidade quando disputou as eleições de 2016.
A vítima estava com os pés e mãos amarrados, nu, e com a calça enrolada na cabeça. Uma faca e um celular foram encontrados na água e apreendidos para perícia. Logo após o corpo dele ser achado, o carro do professor também foi encontrado em chamas em uma estrada rural localizada a poucos quilômetros do riacho.
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