O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados acatou o parecer preliminar do relator Alexandre Leite (DEM-SP) e instaurou processo para apurar a conduta do deputado federal Boca Aberta (PROS-PR).
Boca Aberta é acusado de quebra de decoro parlamentar e pode ter o mandato cassado devido ao vídeo de um médico dormindo no Hospital São Camilo, em Jataizinho. As duas representações 02/19 e 03/19 foram protocoladas pelo Partido Progressista.
O caso aconteceu em março deste ano. Conforme o relatório de Alexandre Leite, Boca Aberta se comportou de maneira indevida no hospital.
Às 04h30 daquela madrugada, ele chegou ao Hospital São Camilo acompanhado de assessores. No local, ele perguntou a funcionários onde estava o médico de plantão. O deputado foi informado que o profissional estava dormindo, na sala de descanso da unidade. Filmando toda a ação, Boca Aberta acordou o médico e passou a questioná-lo.
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Ainda conforme o processo, o deputado postou o vídeo em rede social e expôs a imagem dos funcionários sem autorização. As imagens tiveram mais de 400 mil visualizações e milhares de compartilhamentos.
A ação argumenta ainda que o deputado entrou no hospital ‘sem autorização’ e desrespeitou funcionários ‘causando desordem e expondo pessoas em rede social’.
Ainda de acordo com o relator, Boca Aberta passou a impressão à sociedade brasileira de que o parlamento não atua com cuidado, cautela e espírito público de transparência.
“Não há outra conclusão, se não a de que há justa causa para o prosseguimento do feito em relação aos fatos ocorridos no Hospital São Camilo”, concluiu.
DEFESA
Diante do processo, Boca Aberta terá prazo de dez dias para enviar sua defesa por escrito. Entre as punições que ele pode sofrer, está a cassação do mandato, medida que teria que passar pelo conselho e pelo plenário da casa em votação nominal.
Boca Aberta não esteve presente à sessão do conselho nesta quarta, e ainda não apresentou sua defesa.