Uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, Gal Costa morreu na manhã desta quarta-feira (09) aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada.
Gal era uma das atrações do festival Privamera Sound, que aconteceu em São Paulo no final de semana. A participação, porém, teve que ser cancelada de última hora. O diretor da turnê de Gal, Nilson Raman, disse que a artista precisava se recuperar depois de uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita, e que ficaria fora dos palcos até o fim de novembro.
A cirurgia ocorreu em Setembro, depois de uma apresentação de Gal no Coala Festival, em São Paulo. Desde então ela não se apresentava publicamente.
Trajetória
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em Salvador, na Bahia e começou a cantar na adolescência em festas escolares e trabalha em uma loja de discos, onde conheceu a bossa nova.
Em 1964, ela se juntou a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé e outros, no espetáculo Nós, Por Exemplo, que inaugurou o Teatro Vila Velha, em Salvador.
A primeira gravação em disco se deu no disco de estreia de Maria Bethânia (1965): o duo Sol Negro (Caetano Veloso), seguido do primeiro compacto, com as canções Eu vim da Bahia, de Gilberto Gil, e Sim, foi você, de Caetano Veloso – ambos lançados pela RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (atualmente Sony BMG) – gravadora à qual Gal retornaria em 1984, com o álbum Profana.
Em 1968, Gal gravou duas músicas do álbum do Tropicália ou Panis et Circencis, lançado por ela, Caetano, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé e também esteve presente no 4º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com a música Divino Maravilhoso, a qual lhe concedeu o 3º lugar. No ano seguinte, mais dois álbuns foram lançados, Gal Costa e Gal, com músicas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
Durante o período de Ditatura Militar no Brasil, Gal Costa virou representante do tropicalismo no país. Com o álbum Fa-Tal: Gal a Todo Vapor gravado ao vivo, a cantora reforça a sua representatividade dentro do Tropicalismo, enquanto os seus parceiros Caetano e Gil estavam exilados.
Em 1993, Gal lançou o premiado disco O sorriso do gato de Alice, produzido por Arto Lindsay, com o sucesso Nuvem Negra (Djavan). Desse disco gerou-se o show de mesmo nome, com direção de Gerald Thomas, que causou polêmica por Gal cantar a música Brasil com os seios nus.
Ao longo de seus mais de 55 anos de carreira, Gal lançou 43 álbuns, tendo 12 DVDs gravados e 16 participações especiais na televisão. Já foi indicada cinco vezes ao Grammy Latino e foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira (2016) na categoria de melhor cantora.
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