O Governo do Paraná deve inaugurar em Londrina nos próximos dias a Biofábrica Wolbachia, uma das principais estratégias tecnológicas no combate à dengue e outras doenças. A fábrica vai produzir mosquitos contaminados que combatem a transmissão de doenças.
Segundo o Boletim Semanal da Secretaria de Saúde do Estado, divulgado hoje pelo i24 , foram registradas 13.811 novas notificações este ano em Londrina e 15 pessoas morreram de dengue, só na última semana. A Regional de Saúde de Londrina lidera o número de casos no período, com 74.114 diagnósticos. A região também registra o maior número de mortes, totalizando 95 óbitos. As novas mortes envolvem seis homens e nove mulheres, com idades entre 37 e 91 anos.
A biofábrica de Londrina, em fase final de construção, terá cerca de 225 metros quadrados e está localizada no bairro Jardim São Francisco. Os laboratórios e profissionais treinados desenvolverão as etapas finais do “Método Wolbachia”, que envolve a eclosão de ovos do mosquito Aedes aegypti. Este método consiste na liberação de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, que impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika e chikungunya, evitando a transmissão das doenças.
A previsão é que sejam liberados 58.087.000 mosquitos, distribuídos semanalmente em diversos bairros das regiões Norte e Sul, como União da Vitória, Califórnia e PIND; Região Leste, incluindo Califórnia, Vila Fraternidade e Antares; Região Oeste, abarcando Jardim Bandeirantes e Leonor; e a região central, contemplando Vila Brasil, Vila Recreio e Shangri-lá.
O World Mosquito Program, responsável pela implementação do Método Wolbachia, é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger comunidades globais de doenças transmitidas por mosquitos.
No Brasil, o programa é conduzido pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde e apoio dos governos locais. Desenvolvido na Austrália, o método já está presente em mais de 20 cidades de 14 países, com dados de monitoramento mostrando uma redução significativa nos casos de dengue, como a redução de 96% na Austrália.
Construída em parceria com o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto WMP (World Mosquito Program) e a Prefeitura de Londrina, a biofábrica representa um avanço significativo na luta contra essas doenças.